Como o cão surgiu? Teorias sobre sua origem e domesticação

Você alguma vez já se perguntou como o cão surgiu?

E como ele virou o principal companheiro do homem?

Bom, para responder essas perguntas, escrevi um artigo completo sobre como o cão surgiu.

O que você encontrará neste artigo:

• Como o cão surgiu? Teorias sobre a origem e a domesticação do cão

• Processo de adaptação e domesticação do lobo

Como o cão surgiu? Teorias sobre a origem e a domesticação do cão

Fonte: Unplash

Infelizmente, ainda não há um consenso entre os pesquisadores sobre quando o primeiro cão surgiu.

De acordo com o estudo mais recente publicado em julho de 2017, na Revista Nature Communications, liderado por Krishna Veeramah, da Universidade Stony Brook, em Nova York, nos Estados Unidos, acredita-se que o lobo e o cão divergiram a partir de um ancestral comum, há cerca de 40 mil anos, enquanto as linhagens de cães do Ocidente e do Oriente divergiram há 20 mil anos.

Com base nesses resultados, concluiu-se que a domesticação dos cães ocorreu pela primeira vez em algum momento entre 20 mil e 40 mil anos atrás, em uma só região geográfica.

A teoria foi baseada na análise do genoma de dois fósseis do Neolítico que viveram na Alemanha e na Irlanda há 7 mil e 4,8 mil anos.

Entretanto, pela falta de amostras, a definição da região geográfica em que se iniciou a domesticação ainda continua um mistério, dessa maneira, deixando o debate ainda em aberto.

Pesquisas anteriores conduzidas com intuito de responder às mesmas perguntas, definiram os seguintes locais geográficos:

• Ásia e Europa

• Ásia Central

• Sudeste da Ásia

• Europa

• Oriente Médio

Processo de Adaptação e Domesticação do Lobo

Fonte: Px Here

Início

No início da civilização humana, o homem praticava o nomadismo, isto é, não se estabelecia em um único local, procurava e coletava frutas e legumes, além disso, caçava para se alimentar. Após a escassez de alimentos e animais para abater, mudava-se para outro local, assim, sucessivamente.

Contudo, com o aquecimento da atmosfera e o fim do período glacial, houveram algumas transformações:

• vegetação: de tundras para florestas.

• animais para caçar: de mamutes e bisões, para cervos e javalis.

Diante disso, o homem precisou construir novas armas e adaptar suas técnicas de caça. Neste momento, o lobo se tornou um grande competidor, pois caçava as mesmas presas e utilizava técnicas parecidas para conseguir seu alimento, consequentemente, o homem entendeu que tentar converter o lobo em seu aliado seria uma tarefa fundamental.

Logo, você deve pensar que o homem foi atrás de um lobo e começou a domesticá-lo, certo? Isto está totalmente errado.

A aproximação

O fator chave, que possibilitou a aproximação dos dois, foi o desenvolvimento da agricultura. Com o plantio dos seus próprios recursos, o homem se estabeleceu em um único lugar, deste modo, surgiram as primeiras comunidades (vilarejos, aldeias e tribos), e se iniciou o sedentarismo.

Produzindo seus próprios mantimentos em um espaço, ocorreu a produção de lixo e sobras.

Diante disso, alguns lobos menos agressivos abordaram esses povoados, desencadeando um processo de seleção natural (processo evolutivo, no qual a espécie mais apta se adapta a viver em um determinado ambiente), totalmente voluntário, ou seja, o lobo escolheu habituar-se a presença do homem.

Mudanças

• físicas: aparência, menor desenvolvimento do cérebro e do corpo, ocasionando na diminuição da força física e na inteligência para caçar;

• comportamentais: alteração do latido para comunicação com seu novo parceiro e maior tolerância a presença do homem.

Benefícios

• o cão primitivo: se alimentava com as sobras da caça e era protegido contra outros predadores;

• o homem: ajuda na caça e adquiriu mais segurança, pois os cães vigiavam as comunidades.

Assim, nasceram os primeiros cães primitivos.

Agora, como os cães primitivos continuaram nesse processo de adaptação, chegando nos nossos cães dos dias atuais?

Seleção realizada pelo homem

Bom, a resposta é: seleção artificial. Nesta situação, o homem teve um papel vital. Os exemplares menos agressivos e mais sociáveis a presença de pessoas, eram deixados vivos e podiam se reproduzir, mesmo que entrassem em contato com lobos anti-sociais, acasalassem e tivessem um filhote, ele mantinha as mesmas características, assim, este processo de orientação de cruzamentos e escolha de características se perpetuou na história da criação das raças de cães até hoje.

Em virtude desses fatos, é evidente que o cão está junto conosco há muito tempo, desde do nosso aprimoramento nas técnicas de caça, da fase nômade para o sedentária, no qual emergiram as primeiras comunidades, participando da nossa história, seguindo o homem como um companheiro dependente e fiel.

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